sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Irrefutável Verdade

Amar-te-ei, em todas as épocas,
em todo momento
Que passem as águas por muitas pontes
e que debruce a saudade por muitas
serras e montes, 
amar-te-ei, 
como se fosse a primeira vez e única,
apesar das tantas aventuras! 
Ainda além deste céu, nas alturas.
Eternamente...
Ainda que outro alguém o tenha
entre lençóis confidentes, 
mesmo que os beijos sejam molhados
e quentes, 
à parte, nossa alma vaga enamorada,
sobre qualquer prazer da carne ou qualquer
entrega fugaz . 
Eternas, apaixonadas 
Amar-te-ei, sobre qualquer dor que me pese
o orgulho ferido, o despeito revolvido! 
Sobre qualquer punhalada em meu coração, 
sobre qualquer distância a nós imputada...
Porque sei, amor de mim , que ainda assim... 
Não é pequeno o nosso comprometimento . 
Ah! Soubessem todos o tamanho ! 
Pobre carne, pequeno tempo !

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A carta à um grande amor

Ontem acordei de um jeito estranho. Uma sensação de "deja vu" latejava na minha cabeça assim que eu abri os olhos. 28 de janeiro de 2014. Foi só então que acabei por lembrar que, há exatos 30 dias atrás, a mesma profecia se cumpriu novamente. Da mesma maneira, com as mesmas palavras, as mesmas atitudes. Tava escrito? Se estava, eu não sei. Nem você saberia, sei disso. Mas o destino quis mais uma vez . Maktub!
Queria dizer muita coisa. Aliás, eu sempre quero! Sabes o quanto eu sou tagarela e o quanto eu vivo declarando que sempre quero dizer coisas à você. Deve ser porque tudo que eu tenho aqui dentro ainda nao saiu, não foi mostrado, não deu pra exportar de tão grande, intenso e verdadeiro que é. Mas como você sempre me trava, me coage, me inibe, embora lidar com as palavras seja o que eu mais saiba fazer, hoje elas não sairão oralmente, mas ficarão eternizadas aqui, agora e pra sempre, porque quero viver pra deixar gravado e marcado heterograficamente o grande amor que existe ainda em mim. 
Comecei o dia como se estivesse em transe. Um luto inexplicável toma conta de mim. Eu não nasci pra ser triste, não foi assim que a gente se conheceu, não é pra isso que eu vivo. Mas o amor me mudou. Ele me transformou. E mais do que tudo, me marcou a ferro e fogo. Infelizmente, meu sofrimento trabalha como fórmula responsável pela metamorfose que me transformou de uma simples e defeituosa lagarta  pra essa borboleta cada vez mais madura.
Amar você foi a experiência mais traumatizante e inesquecível que eu ja vivi. Foi o sentimento mais paradoxal, ambíguo e duplo que ja experimentei. A gente não imaginava chegar onde chegou. Não imaginava viver tudo que foi vivido. Era pra ser só por um instante, lembra? Era pra ser, mas não foi. E tanta coisa que era pra ser e não foi, não é mesmo?! De novo eu, fazendo "romance em cima de um conto breve!"
Te amar não foi  fácil. "Foi quase o anti-amor". Em meio a tantas turbulências, tantas indecisões, tantas atitudes incoerentes, eu ainda queria e desejava sempre mais. Porque o amor tudo suporta, tudo crê, tudo perdoa, já diria Camões. E foi bem assim mesmo. Só você viu meu corpo de verdade, minha alma de verdade, meu prazer de verdade. Só pra você eu me desmontei inteira. E mesmo quando ninguém acreditava na gente, eu acreditava. Só olhar pra você, sentar ao lado, ouvir a voz, fazia tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena.
E eu me pego aqui parada, pensando, analisando, "o quanto é uma pena correr a vida com pulinhos enganados de felicidade, e levar uma rasteira". Aí dá uma raiva de pensar em tanto sentimento querendo fazer alguém feliz. Tanta vontade em escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado.
Mas aí, chega o fim de semana. Aí, eu amoleço. Eu olho pro relógio, olho pro celular. É triste saber que falta alguma coisa e saber qua não dá pra substituir, esquecer, comprar, trocar.
A culpa de tudo isso talvez não seja tão nossa. A culpa de tudo isso pode ser da falta de confiança que "os outros" sempre quiseram depositar em nós dois. E apesar das fragilidades, o meu sentimento sempre foi autêntico. O meu sentimento sempre te deu provas de que jamais faria algo contra você. Meu amor profundo sempre quis ser verdadeiro, leal, sempre quis ser só seu. E foi! Por que você não pode acreditar nisso? Nem os nossos amigos e nem os nossos inimigos podem saber disso. Só e apenas eu e você.
"Eu tenho medo de tudo isso apagar e o vento levar suas cinzas, desse fogo todo ser de palha, como dizem. Da dor que se dissipa a cada respirada mais funda e cheia de coragem de ser só.  Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana deixando de acreditar em mim pra acreditar em outros. E fazendo isso, eu só consigo  pensar em você mais ainda e na absurda vontade que eu tenho de te resgatar dessas pessoas que não te amam de verdade, mas com interesses pessoais.
É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. 
Chorar não adianta, eu seco de tanto chorar e não passa. Ver TV, falar ao telefone, dançar, gritar, escrever, abraçar minha mãe, tomar vodka… nada adianta.
Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. O fim do amor que queres por força te impor  é ainda mais triste do que o nosso fim.  E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.
Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está fazendo tudo isso comigo. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter.  Porque Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você…
 E eu sei, que daqui há uns meses, quando eu olhar pra esse texto novamente, vou sentir vergonha de mim por ter amado tanto você. Mas o que faz a história são as experiências adquiridas ao longo de nossos erros.
E não importa o quanto eu tenha errado, o quanto tenha tido mil defeitos, não importam desavenças, diferenças, não importa, não importa, não importa! porque o amor é sempre maior! Ele existe e ainda permeia por todos os lugares. Na música que você tocar, vai ouvir minha voz a te acompanhar. Nos filmes que você assistir, vai sentir minha presença. Quando a tristeza chegar, vai precisar de mim pra desabafar e chorar. Porque na vida nada é por acaso, não foi uma escolha aleatória a gente se amar, e se separar. A separação as vezes é necessária pra se entender a grande importância e relevância de alguém ao longo da vida. Aqui eu já percebi e só fiz confirmar. Espero que aí, do outro lado, o poder do amor, o mesmo que nos uniu um dia, te faça enxergar que a falta e a saudade são sinais maiores de que o fim e a distância não devem mais ser os nossos carrascos nessa vida. 
A ausência não dá paz! 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Perfidy



"Sofro... Vejo envasado em desespero e lama
Todo o antigo fulgor, que tive na alma boa;
Abandona-me a glória; a ambição me atraiçoa;
Que fazer, para ser como os felizes?"
- Ama!


Amei... Mas tive a cruz, os cravos, a coroa
De espinhos, e o desdém que humilha, e o dó que infama;
Calcinou-me a irrisão na destruidora chama;
Padeço! Que fazer, para ser bom?"
- Perdoa!

"Perdoei... Mas outra vez, sobre o perdão e a prece,
Tive o opróbrio; e outra vez, sobre a piedade, a injúria;
Desvairo! Que fazer, para o consolo?"
- Esquece!

"Mas lembro... Em sangue e fel, o coração me escorre:
Ranjo os dentes, remordo os punhos, rujo em fúria...
Odeio! Que fazer, para a vingança?"
- Morre!


Durante muito tempo, sempre acreditei na máxima que diz que o que ama, não trai. Acreditei e ainda acredito porque, embora o mundo atual corrompa valores, dando a falsa ideia de um bem estar que, diga-se de passagem, é passageiro, quando me propus a ser de um alguém só, o fiz por minha livre e espontânea vontade, movida por um sentimento que me permiti sentir e cultivar. E na ínfima ingenuidade de acreditar que a recíproca é verdadeira em relações pessoais, por minha conta e risco fui levada a achar que no amor ou na dor, a lealdade permaneceria intacta. 
Traição não é oportunidade nem escolha, é uma simples e clara questão de caráter. E caráter não se adquire. Ou se tem, ou não. Porque quando o sangue ruim grita quente por dentro, quando ser inconstante já se tornou rotina, não há bem que se faça reverter, a guerra foi ganha pela traição.
Trair alguém, ser desleal, falso, doloso, ardiloso, doblez, uma fraude, talvez, em algum momento, possa ser compreensível, embora eu ache impossível assimilar falta de caráter. O que não é tolerante, de maneira alguma e nunca será, é olhar nos olhos de alguém e dizer que não existe nada, que não acontece nada, quando esse alguém sabe que existe sim, que acontece sim. E aí depois que se descobre que a intuição não falhou, e se pode ver com os próprios olhos o ato cruel, insidio, hipócrita da infidelidade, a dor é em dobro.
O mais instigante nesse assunto, é o machismo e as desculpas que são impostas pela sociedade masculina, e algumas vezes por muitas mulheres medíocres e alienadas, sobre o "porque" da traição. Me dá urticária só pensar. Vomito incessantemente ao ouvir certas coisas, como "o homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia", ou "Todo ser humano busca a felicidade, a realização. E a realização nada mais é do que a sensação de prazer", ou ainda " a traição tem seu lado bom". Pelo amor de Deus! Estamos falando de um ser vivo que se difere dos demais por pensar e ser inteligente o suficiente pra valorizar uma relação sólida ou de um animal irracional que age por impulso?! Homens são feitos do mesmo material que mulheres. Animais sim, agem por instinto, enfiando o órgão sexual em qualquer buraco! Portanto não adianta esse discurso tétrico de que homens são infiéis porque "são homens". Isso é uma afronta a nossa sensibilidade e inteligência! Nós somos mulheres e fiéis só porque "somos mulheres" ? Tá, e quem inventou isso? Alguém do sexo masculino pra justificar o falso moralismo imposto por uma sociedade de merda?!
Resumindo, a questão é mais séria do que se imagina. Pensar que existe príncipe encantado é assinar atestado de burrice crônica. Mas deixar de acreditar que exista um homem de carne osso, com defeitos e manias chatas, mas que ao mesmo tempo seja dotado de um imenso caráter e personalidade,  que saiba o valor de uma mulher, o valor de um sentimento dedicado, que saiba pesar muito bem antes de tomar decisões instigado pela carne ou por influência externa, eu não quero.
Por isso hoje, não desperdiço mais tempo e lágrimas com quem usa a infidelidade como bandeira. Se o homem acha uma mulher disposta a ficar com ele mesmo sabendo das condições, é porque semelhante atrai semelhante. Não dá pra crucificar só a eles. Mulheres que se propõem a ser segunda opção na vida, que não tem capacidade suficiente pra batalhar por algo que lhe pertença e que seja seu por mérito, merecem ser tratadas como tal. Depois não adianta chorar e perguntar pra Deus porque foi apenas usada. A mão de Deus pesa a favor de quem é justo! Não precisa fazer muito, pois comprovadamente, toda ação corresponde a uma reação.
Como diria cazuza, não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres. Tudo na vida tem seu preço. Quem pagou pra ver no que ia dar, com certeza, no fim de tudo, terá mais despesas do que eu tive. 


domingo, 12 de janeiro de 2014

Algumas coisas na vida, realmente, não tem explicação. Mesmo que se tentasse buscar palavras pra definir certas situações, seria inútil a tentativa. O terreno do amor é muito perigoso pra quem se atreve a adentrar, e as consequências geradas quando esse sentimento toma conta do corpo e da alma são, na maioria das vezes, negativas pra quem é verdadeiro.
Não sou mais nenhuma leiga no assunto. Me apaixonei inúmeras vezes, me decepcionei o dobro delas, mas em nenhuma experiência pessoal me senti tão ludibriada como a que acabo de experimentar. Perdi tudo ao me apaixonar. A razão, os pés no chão, o orgulho, e principalmente, a sanidade. Mas quem nunca perdeu, atire a primeira pedra. 
Marley tinha razão quando disse que "a maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de ama-la". É muito difícil conviver com a ideia de que alguém com quem se conviveu por tanto tempo possa não ser nada do que se achasse que era. Quando o amor chega, construímos uma pessoa dotada de boas intenções, mas que muitas das vezes só existe na nossa cabeça, e quando tudo acaba, e a realidade gritante se faz presente, nos resta a dúvida e a cara de tacho em saber o que aconteceu de verdade: ele ficou assim ou já era e não percebi?
O processo de desconstrução de alguém na mente e no coração é sempre muito doloroso. Desconstruir fulano de tal não é uma tarefa simples e rápida. Não somos uma máquina com manual de instruções, onde o botãozinho "delete" resolve todos os problemas num passe de mágica. E mesmo quem já passou por essa situação inúmeras vezes, infelizmente, também não tem pra onde correr. 
Amar alguém, confiar no caráter, deixar que essa pessoa fique a vontade em sua vida e ganhe uma tremenda importância é tarefa só pros fortes. Ou pros burros. Sei lá. O fato é que hoje em dia, não dá mais pra achar que um "eu te amo", " és a mulher da minha vida" ou "vamos ficar juntos pra sempre" sejam mais do que palavras.Na maioria das vezes são só palavras. E palavras não são cumpridas.Palavras não são parâmetro pra medir a real intenção de ninguém. Se realmente se quiser saber qual a veracidade da integridade e sinceridade de alguém, observe as ações. Palavras e ações tem que estar em sintonia. Caso contrário, deceiver detected! E aí, é só dor, mágoa e tristeza. 
O mundo real é duro demais pra quem acredita ainda no poder do amor. Da sinceridade. Da lealdade. As pessoas riem e criticam quem é romântico, sonhador, verdadeiro. A traição virou motivo de orgulho. Tratar seres humanos como descartáveis é a nova moda atual, onde a quantidade leva vantagem em detrimento da qualidade. O velho clichê da inversão de valores ganha uma proporção monstruosa e preocupante pra quem ainda acredita no valor de andar de mãos dadas, ver o pôr-do-sol e envelhecer ao lado de uma única pessoa. 
Talvez eu seja uma bala perdida nesse tiroteio dos jogos de amor. Como Tom Jobim previa, eu também prefiro acreditar que "é impossível ser feliz sozinho". A solidão é uma escolha. E quem a escolhe, por pura imaturidade e insensatez, que arque com as negativas consequências. Viva ao amor! Mas só o verdadeiro.