segunda-feira, 10 de outubro de 2011

(...)
" Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória e tal prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história
 
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a. E não queirais, pastor divino
Perder na vossa ovelha, a vossa glória! "
 
 
Gregório de Mattos, meu mais que preferido, saberia me entender muito bem. O mundo é um abismo com trilhões de opções, onde não existe espaço suficiente pra alagar e conciliar  minha vida espiritual com a  prazerosa e repugnante vida mundana. E, mais do que nunca, sofro com isso! 
Senhor! sim, eu sou a vossa ovelha desgarrada, mas nem por isso menor merecedora do teu amor e piedade! Posso ser também a filha pródiga, a Maria Madalena arrependida, posso ser zilhões de coisas, mas sou apenas eu mesma, com todos os defeitos e imperfeições que concedestes aos teus filhos humanos no ato da criação, portanto, perdoai os meus deslizes, meus delírios, minhas omissões, meus atos falhos, minhas palavras erradas, meus pensamentos incoerentes. E se alguém duvidar de mim, e, pelos erros meus julgar o meu viver, não desanimarei! Eu sei que tu, Senhor, me sondas! Porque se à imagem e semelhança do amor eu fui criada, então, dos meus atos, o mais sincero e natural, como esse texto, é a minha forma de te amar e respeitar! E se os prazeres e afetos mundanos me chamarem, eu irei também, sem mais culpas ou torturas psicológicas diários que me invadem, todas as noites. Irei porque também faz parte de mim. Porque considero perdoável toda forma sincera de viver. E se meus vícios e falhas só trazem apertos à mim e mais ninguém, então, por favor, descompliquem! Que tudo que mais desejo é passar por essa vida vivendo, e não apenas, existindo. " A vida só se dá pra quem se deu".

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