quinta-feira, 24 de março de 2011

Oblivion

Engraçado como as coisas são. O que era nada, de repente se tranforma em tudo. Entretanto, o que era tudo, quando tem que se resumir a nada, não sei porque, é sempre mais trabalhoso. Foram 365 dias em que o coração, o órgão mais importante do corpo do ser humano, trabalhou produzindo sentimentos dos mais variados tipos. O mais curioso é que sempre foi um ciclo viciante, um bumerangue, um  "back and forth" complexo demais pra entender e definir: Amor pro ódio. Ódio pro amor. Desejo pro nojo. Nojo pro desejo. Cumplicidade pra aversão. Aversão pra cumplicidade. Desconfiança pro perdão. Perdão pra desconfiança. Nada pro tudo. Tudo pro nada. É um encômodo saber que o que se cria, se alimenta, se guarda com carinho e respeito tem que ser extirpardo de uma maneira desumana de uma hora pra outra. A pior morte que pode existir é a "morte de gente viva". Perde-se alguém que se ama mas esse alguém continua vivo, biologicamente. É uma morte anormal. Prematura. Que não é quista, mas é necessária. E dói mais fundo, dilascera ainda mais, porque poderia ter-se , já que está vivo. Mas não se tem e nem se terá. Então acredito que o amor também é uma espécie de morte. Bem mais rápida e excrucitante.
"Doutor, estou doente. Um anestésico pra alma, por favor! Ah, e um antiflamatório pro coração. Tomarei de 8 em 8 horas pra curar e cicatrizar de forma natural e tranquila. Até porque já tentei de todas as maneiras excluir e tripudiar dessa dor, mas ela insiste em voltar todas as noites, doutor! Já nem sei mais o que fazer. O senhor garante mesmo que esses remédios tem efeito rápido e indigesto?!" Quem dera as dores e os males causados a nós pudessem ser curados de fora pra dentro. Quem dera! E não adiantam as infinitas doses de wisky, vodka e tequila, os tragos de cigarro e as badalações noturnas. É tudo fulgás. Não dura nem cura. Atrai solidão. Tristeza. E principalmente saudade. Como é que se faz então pra curar a dor mais incurável que existe? Mais do que apertar o dedo mindinho na porta, mais do que dor de dente, dor de cólica e até dor barriga. Mais do que ver o time perder a final de um camponato, mais do que ver uma criança pedindo esmola, mais do que perder um amigo, mais do que perder as esperanças. Perder um amor é chato. Mais ter que abrir mão de um amor é muito mais chato ainda!

terça-feira, 15 de março de 2011

Vício. Droga fulminante, ininterrupta, daquelas que causam dependência suprema e crise de abstinência sem solução. Não existe outra maneira de definir esse sentimento que toma conta de mim. Ou talvez, eu simplesmente, tenha medo de chamar tudo isso de AMOR mesmo. O tempo passou, as lembranças ficaram. As feridas cicatrizaram mas os mesmos erros se repetem. Outros amores vieram, mas ESSE amor não se foi. E pior  : voltou mais forte e não quer mais sair de mim. Achei que dessa vez engrenasse, mas os dias se passam e a certeza que eu tenho é de que nada mudou. Eu mudei. Ele não! Eu cresci. Ele não! Eu estou disposta. Ele não! Poderia ser simples achar uma maneira de desfazer esse laço infindável que se firmou entre nós, mas não é. Criou raiz. Criou tronco. E os frutos que estou colhendo não são dos mais doces. Por que? Porque palavras são só palavras. Eu necessito de ações, porque, contra fatos e ações, não há argumentos. Mas contra palavras, há argumentos, e muitos! E é em nome dessas palavras sem fundamentos que eu me reservo o direito de não insistir mais. De não querer mais. De não sonhar mais. Não tenho mais forças pra lutar por quem não almeja ser conquistado. Não se faz um relacionamento sozinho. Não se é feliz sozinho. E talvez meu coração esteja cansado de ser o apoio dele, sem poder se apoiar também. Não sei, não vejo mais encanto. Não vejo mais mágica. Não encontro mais a doçura e a perfeição que sempre existiu. Desespero bate a porta nesse momento, porque, com todas essas iniquidades acontecendo, procuro TODOS OS DIAS a coragem pra libertação, mas ela foge de mim.